sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Silent Disco (Balada Silenciosa)



Novidade aqui no Brasil, a primeira Silent Disco surgiu no início de 1990, ideia de ecoativistas preocupados com a poluição sonora. Quinze anos depois, em 2005, o Glastonbury Festival consagrou o estilo. No famoso festival inglês, realizado desde 1970 perto das misteriosas pedras monolíticas de Stonehenge, as leis ambientais restringiram os decibéis mas não a criatividade dos organizadores. Em meio às várias tendas com atrações musicais, os fones de ouvido foram surgindo conforme o horário da festa avançava -- tudo para seguir as novas regras de proteção ao meio ambiente.
Foi também a solução apresentada na Virada Cultural de 2008 para fazer uma festa de 12 horas bem no meio do centro histórico de São Paulo. Em frente ao Mosteiro São Bento, o silêncio predominou ao lado da animação comandada por DJs como Mau Mau e Patife que ficaram nas pick-ups retransmitidas em dois canais simultâneos de música house, techno e eletro. Foram distribuídos 500 fones de ouvido em pistas nos largos São Bento, São Francisco e nas ruas das imediações.
Nesse ano, as Silent Parties foram parar até em blocos de carnaval. A experiência aconteceu no projeto Shh! Club Silêncio, da produtora cultural Adriana Lima e dos irlandeses Conor Brady e Alex Brennan. O bloco Silent Monkey tomou conta das ruas do Rio de Janeiro. Com máscaras de macacos, com bananas e cervejas, o bloco passava cantando e dançando animadamente, mas em importunar as pessoas com músicas altas. Além desse inusitado bloco, o Shh! Club Silêncio teve festa no bar Dama de Ferro e em espaços externos diversos.
Em São Paulo, o silêncio chegou com o outono, no início de abril, na festa Nokia Silent Club, no Sonique. Para quem se deparou pela primeira vez com essa experiência, a sensação foi de estranhamento. A ideia foi de Adrian Harley, gerente de música da Nokia Brasil. Para promover o Nokia Music Store, bolou uma Silent Party em que as músicas tocadas pelos seis DJs que se revezaram em três pick-ups diferentes fossem todas do acervo da empresa. "Conheci a Silent Party em Glastonbury, em 2007. Achei divertido porque o movimento da galera não sincroniza, cada um dançava uma coisa", diz Harley. "Aqui a experiência foi melhor porque as pessoas têm essa coisa de interagir mais, trocar, querer conversar sobre o que cada um está ouvindo." Para ele, o ponto alto da festa foi quando a música "Heve you ever seen the rain", do Creedence, virou um coro só. "Todos começaram a indicar com os dedos o número dois. Era a dica para trocar o canal de música e sintonizar naquele hit", conta.
Será que a moda pega por aqui? As meninas do De Polainas torcem para que sim. "É um evento interessante de se estar, aconselhamos à todos que puderem ir. Foi um sucesso." Michelle também aprovou a proposta. "Iria de novo e acho que até poderia ser um pouco mais ousado, como misturar em uma mesma festa o público do rock, reggae e bossa nova, por exemplo. Queria ver como seria a hamornia entre essas pessoas diferentes." O Sonique e a Nokia prometem mais uma balada silenciosa nos dias 4 e 18 de maio, mas o playlist ainda não está fechado. Está lançado o desafio.
Para ver a reportagem completa clique aqui.

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